domingo, 15 de março de 2009

Amigos..

A exatamente uma semana atrás eu comecei com este Blog. A princípio achei que escreveria para mim mesmo, apenas desabafando ou algo do tipo, porém, tenho aqui alguns amigos que passaram a visitar meu blog. É interessante saber que existem pessoas que gostam de ler os nossos comentários, mesmo ue seja por distração. Enfim, preciso postar mais.. hehe.

Neste final de semana estive na formatura da minha ex-turma na Rural. Que saudade daquele lugar.. Tinha me esquecido como aquela faculdade é linda e como que ela sempre nos proporciona um por do sol maravilhoso todos os dias. Gosto de voltar a lugares que marcaram a minha vida e rever pessoas que são muito queridas. É também interessante pensar que, se eu não tivesse transferido de faculdade, não teria conhecido pessoas que também mudaram a minha vida.. amigos que me ajudaram, e tem me ajudado, a ser uma pessoa cada vez melhor. Minha segunda família..

Então hoje, meu post vai para meus amigos.


Amigos - Vinicius de Moraes

Tenho amigos que não sabem o quanto são meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta necessidade que tenho deles.

A amizade é um sentimento mais nobre do que o amor,
eis que permite que o objeto dela se divida em outros afetos,
enquanto o amor tem intrínseco o ciúme, que não admite a rivalidade.

E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem morrido todos os meus amores,
mas enlouqueceria se morressem todos os meus amigos !

Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos
e o quanto minha vida depende de suas existências ...
A alguns deles não procuro, basta-me saber que eles existem.

Esta mera condição me encoraja a seguir em frente pela vida.

Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não posso lhes dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam acreditar.

Muitos deles estão lendo esta crônica e não sabem
que estão incluídos na sagrada relação de meus amigos.

Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro,
embora não declare e não os procure.

E às vezes, quando os procuro,
noto que eles não tem noção de como me são necessários,
de como são indispensáveis ao meu equilíbrio vital,
porque eles fazem parte do mundo que eu,
tremulamente, construí,
e se tornaram alicerces do meu encanto pela vida.

Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam, eu rezo pela vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece é,
em síntese, dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez, fruto do meu egoísmo.

Por vezes, mergulho em pensamentos sobre alguns deles.
Quando viajo e fico diante de lugares maravilhosos,
cai-me alguma lágrima por não estarem junto de mim,
compartilhando daquele prazer ...

Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda furiosa da vida
não me permite ter sempre ao meu lado,
morando comigo, andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo,
todos os meus amigos, e, principalmente,
os que só desconfiam
- ou talvez nunca vão saber -
que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.

4 comentários:

  1. Belíssima a poesia de Vinícius de Moraes, sempre foi uma de minhas favoritas.

    Amigos de verdade são poucos e difíceis de achar, mas sempre nos deixam uma marca eterna quando os encontramos, mesmo que brevemente.

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  2. Coragem grande é seguir adiante sem se esquecer dos amigos, mesmo dos mais distantes - é uma tremenda leviandade permitir que essas pessoas sejam apagadas de nossas vidas! Belíssima escolha, a do poema!

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  3. Estou aqui. Voltei á era "Bloggal"...

    Espero que poste de novo, porque já vi que parou no dia 15... hehe

    abraços

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  4. Há mais de um mês atrás você começou com esse blog e, há exatamente um mês você publicou sua última postagem.

    Precisando de uma forcinha para continuar? Estamos aqui.

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